O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a ex-senadora Marina Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tiraram gás do debate sobre impeachment da presidente Dilma Rousseff, apesar de a discussão ter se mantido em evidência nos últimos dias. Entre eles, há em comum um tom muito mais cauteloso do que vem usado pela bancada de deputados federais do PSDB e pelo presidente do partido, o senador Aécio Neves (MG).

Hoje, em artigo na “Folha de S.Paulo”, Aécio diz que o impeachment “precisa ser o final de um caminho percorrido com rigor, respeito à realidade e à legalidade”. O senador e uma ala do PSDB estão empenhados em encontrar um motivo para o impedimento da presidente.

Aécio tem usado um discurso mais duro. Já encomendou estudos ao advogado Miguel Reale Jr. para embasar um eventual pedido de impeachment. Disse que, se ficar provada a responsabilidade da presidente nas chamadas “pedaladas fiscais” (que estão em exame no Tribunal de Contas da União), haveria motivo para impedimento.

Já Eduardo Cunha descartou a possibilidade de aceitar um pedido com base nas “pedaladas fiscais” por julgar que se trata de uma prática comum dos últimos governos para aumentar o superávit primário, que é a economia para tentar manter a dívida pública sob controle.

Marina Silva, mais uma vez, invocou a responsabilidade institucional e disse que o impeachment não seria bom para o país.

FHC afirmou que um partido não pode solicitar impedimento antes de um fato concreto. FHC colocou um freio em tucanos mais afoitos.

Parece que FHC, Marina e Eduardo Cunha estão agindo com responsabilidade institucional. No caso do ex-presidente tucano, ele também está ajudando o PSDB a evitar dar um passo do qual o partido poderá se arrepender.

Sem opção

O debate sobre impeachment por conta das “pedaladas fiscais” foi um dos temas mais importantes da semana passada. O governo escalou dois ministros, Luíz Inácio Adams (Advocacia Geral da União) e José Eduardo Cardozo (Justiça), para dar uma longa entrevista.

Ao mandar dois ministros agir tão incisivamente, o governo entrou com força no debate político. É a política como ela é. Instinto de sobrevivência política. A necessidade falou mais alto do que a conveniência.

É claro que seria melhor que o Ministro da Justiça não precisasse falar sobre impeachment, mas a presidente não teve escolha. Há um movimento da oposição para manter esse debate vivo. Se o governo não participa, ele vai crescendo.

Fonte do texto: Blog do Kennedy

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