Três dos principais açudes do Rio Grande do Norte apresentam volume morto. Dois apresentam aproximadamente 30% de sua capacidade máxima de armazenamento.
O açude Itans, em Caicó, com capacidade para 84 milhões de metros cúbicos de água, Gargalheira, que tem capacidade para armazenar até 40 milhões de metros cúbicos de água, em Acari, e a barragem de Pau dos Ferros, que pode armazenar até 56 milhões de metros cúbicos de água, estão totalmente secos.
Estes reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de todas as cidades próximas.
A situação da Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, no Vale do Açu, é preocupante. Tem menos de 30% de sua capacidade máxima de armazenamento de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água. Num esteve num nível tão baixo depois que encheu pela primeira vez em 1985.
Já a barragem de Santa Cruz, em Apodi, que comporta 600 milhões de metros cúbicos de água, tem pouco mais de 30%. O governo quer transpor as águas deste reservatório para irrigar pelo menos 5 mil hectares na região da Chapada do Apodi e também abastecer 30% de Mossoró através de sistema adutor,que está em obras.
De acordo com o chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Aldemir Freire, de dezembro de 2014 até o momento, o volume diminuiu, mesmo com as chuvas registradas este ano, o volume caiu de 28,4% para 26,9%, uma média a nível de Estado. Segundo o volume apresentado é muito baixo para a necessidade do Estado.
“Mesmo que o volume de chuvas dobre no Estado, acredito que a situação do abastecimento é crítica, e a tendência é no segundo semestre a situação piore”, diz Aldemir Freire sinalizando para um possível colapso no abastecimento de aproximadamento 1 milhão de habitantes do Oeste do Rio Grande do Norte.
Aldemir afirma que em todo o Estado, apenar o Açude Pataxó, na região do Vale do Açu, apresenta 100% da capacidade de água estimada. Os outros apresentam um terço ou menos da sua capacidade. Pataxó encheu, porque choveu numa semana em Angicos o previsto para dois meses.
O chefe do IBGE no Rio Grande Norte afirmou ainda que está sendo realizado um levantamento para avaliar a situação de cada reservatório do Estado, no início e ao final do ano, nos últimos anos.
"Esse levantamento é importante para sabermos com qual volume os reservatórios iniciam o ano e com qual volume fecham o ano", diz Aldemir.
De acordo com o meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), Gilmar Brisott, no momento o RN apresenta uma instabilidade seguido de bloqueio, que está impedindo o volume de chuvas na região.
“Como a situação é instável, pode chover a qualquer momento, acreditamos que nos próximos três dias já deve ocorrer chuva”, diz Gilmar.
Em final de março deste ano, o Governo do Estado decretou estado de calamidade em 153 municípios do RN.
O decreto vale por 180 dias. No caso de não chover neste período o suficiente para reabastecer os reservatórios de água doce, este decreto pode ser estendido.
ABASTECIMENTO REDUZIDO EM PAU DOS FERROS
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) informou que a cidade Pau dos Ferros, que sofre constantemente com o abastecimento de água, terá abastecimento em forma de rodízio nos próximos dias.
Cada setor receberá água durante 3 dias e passará 6 dias sem abastecimento.
O problema foi ocasionado por vazamentos na Adutora do Alto Oeste.
Com a barragem de Pau dos Ferros apresentando volume morto, a cidade estava sendo abastecida pela barragem de Santa Cruz, em Apodi.
Pau dos Ferros está dispondo apenas de 1/3 do volume de água necessário para abastecer todo o município, que possui aproximadamente 29.696 habitantes, segundo o IBGE.
Fonte do texto: Mossoró Hoje
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